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31 julho 2014

Amamentação: Livre Demanda, Produção de Leite e o Controle da Composição do Leite Materno

[continuação do post 'Amamentação: Quando me livrei do relógio' ]
Hoje, 3 coisas que mudaram a nossa maneira de entender o ato de amamentar.


1. O conceito de Livre Demanda:

Li o resumo de um capítulo do livro Un Regalo Para Toda La Vida, escrito pelo famoso pediatra espanhol, Dr.Carlos González. Ele explica que essa história de marcar o tempo e intervalos entre as mamadas é uma invenção moderna. Historicamente, a livre demanda era uma prática simplesmente comum entre as mães, recomendadas pelos médicos ou sem nenhuma recomendação, já que amamentar não era doença, então não era assunto muito discutido. No século XX, os médicos começaram a recomendar horários, mesmo assim, não eram seguidos. E de uns tempo pra cá, as visitas ao pediatra começaram a se tornar regulares e o novo conceito começou a ser aderido culturalmente e hoje é difundido amplamente pelos nossos pais, avós, tios, vizinhos, outros parentes, hospitais...

Particularmente, acredito que a partir do momento em que começaram a divulgar a ideia de criar a rotina para bebês, o objetivo de 'liberar' um pouco os pais, diminuir o cansaço, salvar casamento... As coisas se misturaram.  Veja bem, eu não me oponho à rotina. A gente se dá!  Só que, o que eu percebo é que o conceito de LD ficou embaraçado e ainda é erroneamente confundido com os horários pré definidos. Segundo o dr González,  isso não se encaixa com LD, são horários flexíveis. E ainda, existe a ideia da 'cultura idependente' para os bebês e eu acho que tudo isso acaba complicando de certa forma.

Em resumo, Livre Demanda é:

Amamentar com liberdade.

via


Oferecer o peito várias vezes;
 - Não marcar tempo;
 - Não determinar horários para as mamadas;
 - Não se preocupar se faz 5 minutos ou 1 hora que o bebê mamou e agora quer de novo, tanto faz;
 - Satisfazer a necessidade de succção /alimentação;
 - Não esperar o bebê chorar de fome. O choro é um sinal tardio de fome;
 - Não só quando o bebê quer...Mas quando a mãe quer também.

Livre Demanda é tipo... LIVRE! hahaha! Abundante! É nessa liberdade que eu entendi quão bom é amamentar minha filha. É assim que ela sabe que pode se achegar a mim sempre que quiser e precisar. Não existe horário marcado para ter o meu colo, meu leite, nem tempo de duração. 
Os benefícios são inúmeros. Se me pedissem para escolher dois motivos para praticar LD, seria difícil pra caramba... Mas acho que escolheria estes:

♥ É a melhor maneira de garantir a produção de leite;
 ♥ É a melhor maneira de garantir o desenvolvimento e ganho de peso do bebê de forma saudável.

Tudo o que as mães querem, não é ?!

--

2. Como funciona a Produção de Leite Materno:


[Pausa]
Ninguém sentou comigo para ensinar essas coisas. Talvez você pense: 
"Mas não seria mais fácil apenas amamentar? Muita teoria pra algo tão simples!" 
Eu acredito que sim, se amamentar fosse realmente uma prática valorizada e incentivada honestamente. 

Numa cultura como a nossa, em que o uso de bicos e leites artificiais é incentivado massivamente - e por consequência o desmame precoce - precisamos de mais motivos para dar o peito. O natural  foi esmagado pelo artificial e hoje as pessoas precisam ser convencidas de que apenas leite humano é suficiente para o bebê de 0-6 meses, por exemplo.     

 Escolhi 5 pontos sobre a produção de LM, que se todas as lactantes tivessem em mente, seriam mais confiantes e com certeza amamentariam mais.

- A primeira coisa que a gente precisa ter em mente é que não temos uma quantidade de leite estocado nas mamas e que isso vai acabar um dia. Nós temos uma fábrica de leite materno em nós e essa fábrica funciona o tempo todo, principalmente em LD - aí ela funciona melhor ainda.

- A segunda, é que grande parte do leite materno é produzida NA HORA DA MAMADA (cerca de 80%); 

-  A terceira, é que a sucção do bebê regula a produção de leite materno;

- A quarta, é que uma dieta equilibrada e a ingestão de líquidos, auxilia na produção de leite;

- A quinta, é que situações adversas como estresse, dor, desconforto, insegurança, medo... Podem afetar a produção de leite. O bebê que não mama também ---> a produção diminui.

Algumas considerações:
Que o LM é o melhor alimento e o mais completo para o bebê todo mundo sabe. Mas acho legal apontar que ele faz mais. O LM protege o bebê de alergias, doenças, tem ação imunizante, facilita a digestão e pode sim ser considerado um tipo de remédio natural para o bebê. Leite fraco não existe e ponto final. Mas a alimentação da mãe é bem importante.

Uma pergunta clássica:
Mas porque existem bebês que mamam, mamam, mamam e não ficam saciados?

Um caso clássico:
Daí, a mãe decide dar fórmula e quase que imediatamente o bebê tranquiliza e dorme feito anjo.

Bem, vários pontos precisam ser analisados. Alguns:
- Esse bebê mama em livre demanda?
- Ele está passando por um Salto de Desenvolvimento ou um Pico de Crescimento?
- A mãe consegue amamentá-lo satisfatoriamente? A pega está certa?
- Ele consegue mamar?
- O bebê tem o 'freio' da língua curto?
- Chora durante a mamada? Fica irritado?
- Há sinais de refluxo?
- Existem outros sinais diferentes que parecem ser negativos?

De um modo bem grosseiro de dizer, o leite artificial é como se fosse uma feijoada. Ele é grosso, 'pesado' e assim como a gente fica super satisfeito de comer uma pratada de feijão, os bebês saciam-se imediatamente com LA. E o que acontece com a gente logo após de comer a feijoada? Dá uma canseira.... uma "soneira".... Os bebês sentem o mesmo e ca-po-tam. A explicação vale para os dois casos: O organismo todo foca em fazer a digestão. Uma grande quantidade de sangue é bombeado para o sistema digestivo poder trabalhar. E aí a gente dorme facinho!
O leite materno pode parecer ralo mas não é. Ele tem água suficiente para o bebê, o que torna dispensável a ingestão de chás, sucos e água (antes dos 6 meses principalmente!). Proteínas, lipídios, lactose, minerais, calorias são alguns dos componentes do LM. 
  
--

3. O Controle da Composição do Leite Materno:
Isso foi uma das coisas mais legais que já aprendi na vida, quando eu achei que já tinha lido um monte, descobri que estava na ponta do iceberg.
 Eu já sabia que o bebê regula a quantidade de leite através da sucção. Daí eu aprendi que ele também controla a composição do leite que precisa no momento, pela forma de mamar.

UAU, vai dizer que isso não é impressionante?! E eu aqui achando que o bebê era passivo... Sabe de nada, inocente! 

Vamos lá:

Muito de nós ouvimos falar sobre 2 tipos de leite: o leite 'do começo' e o leite 'do fim'. O primeiro é mais fraquinho e o segundo mais 'forte'. Pois bem, a verdade é que:

- Não existem 2 tipos de leite, e sim que a quantidade de gordura (calorias) aumenta gradualmente durante a mamada. A concentração de gordura chega a ser  5x maior 'no fim' da mamada do que no início;

- O tempo se dá pela velocidade que o bebê mama. Pode ser que em 5 minutos ele tenha  mamado tudo o que precisa, bem como pode ser que ele precise de 20 minutos ou mais. Quando o bebê fica satisfeito ele pára. Isso significa que se a mãe tira o peito sem que o bebê queira, então é bem provável que ele não mamou tudo o que precisava naquele momento;

- Quanto mais o bebê mamar, maior será a quantidade de gordura ingerida, contribuindo para o ganho de peso;
[e a gordura que ficar no peito? Será diluída no novo leite]

- Passar para o segundo peito durante a mamada: É claro que a concentração de gordura será menor no início. Mas, se o leite não é o mesmo qual seria o melhor? Quando tirar de um peito e colocar no outro? Não sabemos. Não há como medir quanto mls de leite já foram tomados, o quanto de nutrientes tem nesse leite, ou melhor, o quanto o meu ou o seu bebê precisa em determinado momento, não sabemos com exatidão quanto de leite cabe no estômago do bebê... Não dá pra medir a velocidade da mamada... E muito menos relacionar a quantidade ingerida com o tempo, uns mamam depressa, outros devagar...

Resumindo, o que sabemos (comprovado cientificamente), é que os bebês dispõem de 3 mecanismos para modificar a composição do leite:
1. A duração da mamada;
2. A frequência das mamadas;
3. Mamar um peito ou dois.

Sim, os bebês decidem o quanto querem mamar, por quanto tempo e se vão mamar nos dois peitos ou apenas um.

 Depois de aprender tudo isso, eu relaxei e deixei fluir... E a Carol tem engordado super bem! Não preciso ficar preocupada, se estou 'entupindo' a Carol de leite ou se ela está mamando pouco, por exemplo.

Eu tentei resumir os conceitos ao máximo, são muitas coisas pra lembrar. Ao fim de mais um mês, o resultado na balança - um ganho de peso excelente - e uma bebê pra lá de esperta, confirmou nossa escolha como a melhor que poderia ser.

Hey mãe,
Quero destacar que eu tenho consciência da dificuldade que outras mães tem em amamentar. Muitas não conseguem/conseguiram como gostariam. Ainda precisam lidar com a pressão que muitas vezes vem da própria família, dos médicos e aos poucos vão desistindo. Eu seria muito errada em julgá-las. Mas eu também sei, que dificilmente uma mãe NÃO pode amamentar. Há casos e casos, que devem ser analisados com cuidado e diagnosticados com base em evidências. Meu objetivo aqui é trazer uma luz para quem está com dificuldade, para quem está se preparando para amamentar, conhecimento nunca é demais. Busque apoio, vá ao banco de leite, encontre uma consultora nutriz, faça pesquisa, entre em grupos como o GVA... Você é mais capaz do que imagina! Um abraço. 

28 julho 2014

Amamentação: Quando me livrei do relógio

No dia 13 de Março, eu tive a minha primeira aula prática de amamentação. Aí, a enfermeira ensinou: "Hoje ela tem que mamar 5 minutos em cada peito,num intervalo máximo de 2h/2:30h."
Tá. mas e se ela não mamar? Tudo bem, sabemos que nas primeiras 24h o bebê tem uma reserva nutricional, mas não sabemos com certeza em que momento termina, então é preciso insistir até o bebê aprender a pegar. 
No segundo dia, a ordem foi aumentar: 10 minutos em um peito e 5 no outro. Depois, foi de 5 em 5 ou o tanto que o bebê conseguir.

Que fique claro que, as enfermeiras me trataram super bem. O pediatra me disse antes de nós irmos embora, que se o bebê quisesse mamar fora do horário, claro que poderia. Me deu a carterinha da vacina e deu tchau. Mas o foco não era esse.

Mas aconteceu que, quando eu voltei pra casa, esse negócio de marcar tempo e intervalo de 2h me deixou neurótica. E o que acontece com as mamães nas primeiras semanas???? Ficamos exaustas. E perdemos a memória. Logo, eu coloquei todo mundo na neura junto. Eu mesma não conseguia prestar atenção no tempo devido ao cansaço (aliás, mal sabia quem era eu! hahaha), mas ficava MUITO preocupada em segui-lo. Então, eu fazia os outros cronometrarem pra mim.
Às vezes, quem estava como relógio se perdia também... Daí a Carol não queria mamar os minutinhos corretos.... Uma bagunça. Por mais que a intenção seja boa, dar um norte para nós, pois não sabemos o quanto os bebês mamam num determinado momento e nem se a quantidade é suficiente, na verdade isso tirou minha paz. O momento de amamentar, que deveria ser prazeiroso, único, o máximo entre eu e minha filha, me deixava aflita e com medo dela não mamar o suficiente. Ainda tinha que lidar com a preguiça da Carol pra acordar. Lembro de ficarmos 1 hora tentando acordar a bela adormecida para a mamada.

Quando fui embora da maternidade,  já sabia que não estava OK. Em casa, comecei a destrinchar todos os arquivos maravilhosos que o GVA disponibiliza no Facebook. Enquanto eu lidava com as mamadas da Carol, ia me enriquecendo de informação e emponderando-me para amamentar com sucesso. Quando o primeiro mês terminou, nós vimos que ela engordou aproximadamente 1.100kg. Eu finalmente respirei tranquila, constatei que já eu tinha colhido informação suficiente para mudar de atitude -----> Nunca mais olhei para o relógio.

A sensação foi essa mesmo!



Pensando bem, nós duas ficamos livres. Isso foi possível por que o que eu aprendi abriu caminho para que eu pudesse confiar, acreditar na amamentação e na parceria mãe-filha para fazer esse momento acontecer.E todo esse processo contínuo de conhecimento, me fez absorver uma verdade: No que diz respeito aos bebês;

Tudo passa pela amamentação.

- Desde o simples ato de alimentar;
- Oferecer aconchego;
- Segurança.
 Que são os motivos mais divulgados para incentivar a amamentação

O sono do bebê,  comportamento, o emocional, o tratamento de alguma doença/enfermidade, situações de estresse/angústia, dentição, mastigação... Enfim, todas as mudanças que acontecem, seja de ordem física, neurológica, emocional, enfim.. Tudo está ligado à amamentação de alguma forma.
Três sub-temas me fizeram reavaliar tudo o que me fora ensinado naquela aula na maternidade:

 - Amamentar em Livre Demanda;
 - Como funciona a Produção de Leite Materno;
 - e o Controle da Composição do Leite.

São assuntos bem extensos, mas saber os princípios básicos, era tudo o que eu precisava para me ver livre do relógio e curtir pra valer o ato de amamentar a Carol. 
Uma pesquisa rápida no Google e você vai encontrar muito sobre esses temas. Materiais valiosos, disponíveis em poucos cliques. Mas decidi escrever os pontos de destaque que eu, mãe, tomei pra mim. 
Não precisamos ser ninjas, mas um pouco que a gente saiba, nos fará compreender melhor o que acontece com o corpo feminino e com os bebês. De forma bem doméstica e simples, escrevi um resumo sobre esses conceitos, com as devidas fontes indicadas, para quem quiser aprofundar - e eu recomendo! 
Descobri cada coisa, que me fez ficar de boca aberta com maneira PERFEITA de acontecer o "sistema" da amamentação.

[continua]



21 julho 2014

Primeiro Trimestre - mês 3

O mês da Copa das Copas!

Carol não entendeu o que aconteceu com o Brasil.

hahahaha! Desastres da Seleção à parte, a Copa das Copas foi uma grande verdade pra mim.

Rotinas e cuidados
Nós estamos dormindo super bem! A icterícia e a anemia sumiram. Os exames mostraram que a anemia aconteceu devido ao rápido crescimento, a produção de plaquetas e outros componentes sanguíneos não acompanharam a demanda. Mas agora está tudo normalizado. 

Soninho gostoso 1 x 0 Madrugadas inteiras acordadas
Pele branquinha 1 x 0 Ictericia
Sanguinho bom 1 x 0 Anemia

Infelizmente, ainda não consegui dar fim na Cândida. Já troquei o antifúngico mas, o ambiente tá muito propício pra ela (bumbum aquecido, fechadinho com fralda... do jeito que ela gosta). Uma chatice mesmo. Graças a Deus, isso não tem incomodado ela, mas eu sigo tratando.

Bumbum limpinho 0 x 1 Cândida (uma vaia por favor!)

Comportamento
A Carol é só sorrisos.  Cheia de fazer gracinhas, caras e bocas. Sério. Ela ri pra mim o dia todo. Pára de mamar pra abrir um sorrisão. Está mais curiosa, experimentando a voz, esboçando as primeiras risadas, prestando atenção no que a gente fala, acompanhando com o olhos, criando interesse por alguns brinquedinhos... Carol descobriu os dedinhos dela também, e já sabe levá-los a boca. Está babando mas não sei se isso significa dente vindo aí, estou apenas observando.. Agora ela me deixa fazer algumas coisas em casa mas, digamos que 80% do meu dia pertence a ela. Consigo perceber os Saltos de Desenvolvimento e Picos de Crescimento e posso dizer que já posso me "preparar" pra esses acontecimentos. São épocas em que ela mama mais, custa pegar no sono, fica mais chorosa, exige muito colo... Da metade do mês em diante, percebi uma irritação nela (aliás, não teve quem não percebesse a crise de choro de meia hora, a ponto de ter que acalmá-la primeiro pra depois ela aceitar mamar). Ainda não sei o que significa, se é "só" irritação ou se tá doendo.. Conforme o horário, sei que é cansaço mas... Vou comentar com o pediatra e ver o que ele me sugere. Continuo atenta. Tirando isso, a vida tá gostosa demais!

Só digo que não há Laís que aguente: 



Saldo do mês: Ana Carolina 7 x 1 Seleção Brasileira 
hahaha!

Que mês gostoso viu... Muita reunião de família, muita Ana Carolina alegrando os meus dias. 
A Copa das Copas só foi possível aqui em casa, porque a Carol está conosco. Ela me inspirou a decorar a casa, a torcer pela Seleção com vontade, foi motivo para o ensaio dela de 3 meses.. ela fez a gente se reunir e se divertir... Primeira Copa em família, foi inesquecível! E foi durante esse mês que começei a planejar e construir esse blog. :)
 Quando me dei conta, o primeiro trimestre chegou ao fim.
Três meses que passaram rápido demais. Ela está cada vez mais grande, chegou no tamanho M rapidinho. Só de lembrar que ela usou RN por quase 2 meses... mimimi, cade minha pequenininha?! Graças a Deus pela oportunidade de estar aqui com ela 24 horas por dia. Tô amando demais ser mãe. ♥

Ana Carolina, 3 meses.

18 julho 2014

Primeiro Trimestre - mês 2

Ana Carolina com 2 meses.

Passado o primeiro mês, marcado por tantas coisas, no segundo já estávamos mais confiantes e tranquilos pra cuidar da nossa bebezinha. A Carol começou a mostrar aos poucos, alguns traços de sua personalidade.
Por exemplo, na hora da mamada: Ninguém pode tocá-la que ela já se mostra incomodada.Nem um beijinho, pegar no pezinho... Nada, nem o pai dela pode. Mas eu posso! hahaha. Ela é assim, esse momento é só dela comigo e ninguém pode interferir. Mesmo com a melhor das intenções.

Dia a dia/Sono
O sono ainda estava irregular. Continuamos batendo papo na madrugada até a metade do mês, aproximadamente. Esse comportamento dos bebês é normal e esperado, então eu levei numa boa. Claro que teve dias que eu estava mais cansada, louca pra deitar a cabeça no travesseiro e dormir umas 10 horas seguidas mas,ela não queria isso então tá, tudo bem! Eu tentava ensiná-la mas, seguia seu ritmo. 
Durante o dia, apareceram os primeiros sorrisinhos espontâneos da Carol. Uma delicinha mesmo, ver ela tentar copiar o meu sorriso, o do papai... Do tipo, coisas que o dinheiro não paga. Ana Carolina exigia muito de mim. Não conseguia almoçar sozinha. Tentava aproveitar as sonecas para comer ou ir ao banheiro, mas era deixá-la e começar a ouvir chorinhos.

Cama Compartilhada
A Carol dormia ao meu lado, só que no carrinho. Em uma das crises de cólicas nós deixamos ela dormir conosco. No segundo mês, partimos de vez para a cama compartilhada. E o sono dela começou a melhorar (E o nosso também! Agora eu quero fazer a caminha dela certinho, ao meu lado que é forma mais segura de fazer cama compartilhada) .
Tá, eu sei que esse tema é tabu pra muita gente. Ainda quero falar sobre isso mas, vou deixar para escrever sobre isso num futuro próximo, quero viver mais pra falar dessa experiência. 

Chuá Chuá
Colocamos uma atividade mais dinâmica na rotina dela. Carol passou a tomar banho de chuveiro. E ela adorou. No começo, sentimos um pouquinho de medo nela, mas perdeu rápido. Eu estava animada pra gente começar a fazer isso. É bom demais tomar banho com o bebê! Aumenta muito o vínculo, a confiança... Queria muito que o Edu desse banho nela também, pois ultimamente ele estava com as atividades "mais carrascas", tipo segurá-la pra colher sangue, tomar vacina... Não queria que ela entendesse que com ele é a parte ruim e comigo a boa. Ela gosta de tomar banho com ele e acredito que isso ajuda muito no relacionamento deles. Assim como eu tenho o momento só meu e dela na amamentação(que pra mim é o ápice de todas as maneiras de me relacionar com ela), a Carol tem o grande momento - e o mais íntimo e puro de todos -  com o pai. Mas eu sempre acabo participando um pouquinho enquanto espero pra trocá-la e a gente se diverte juntos. Recomendo muito essa prática para todos os pais!  

Cuidados Médicos
Apesar do ganho de peso maravilhoso e da esperteza da minha moça, ela ainda apresentava icterícia e um quadro de anemia hemolítica. O que nem o pediatra entendeu, já que ela mama super bem e em livre demanda. Não era preocupante mas seguimos para um hematologista investigar. Infelizmente, apareceu Candidíase no bumbum (explicada pela instabilidade do sistema imunológico), e começamos a tratar.

E quanto à rotina de vacinas, a reação da vacina (tetra) do 2 mês nos deu um dia marcante. Ela não teve febre, mas teve muita dor na perninha,que ficou irritada. Levei minha pequena pro chuveiro e a envolvi nos, deixando a água cair encima, ela gritava tanto, me olhava... Não foi fácil suportar isso com ela, mas me mantive firme e respondia o seu olhar buscando acalmá-la. Saímos do banho meia hora depois quando a vermelhidão sumiu. Mamou e dormiu, cansada. Depois acordou super bem.

A mãe
Nessa altura do campeonato, eu já estava ligada em muita coisa, descobri que a amamentação vai além do ato de alimentar, dar carinho e segurança. Já estava manjando sobre Saltos de Desenvolvimento e Picos de Crescimento, compreendendo melhor o ciclo de sono, observando com mais atento a Carol e ligando todas as informações. Aproveitar todos os momentos, é o que eu tenho em mente. Sei que de repente, vou olhar pra minha menina e aí, ela não será mais um bebê. Mas deixa pra lá essa conversa de bebê que cresce rápido, se não eu choro.
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16 julho 2014

Primeiro Trimestre - mês 1

A data de nascimento da Ana Carolina não estava marcada. Soube um dia antes na consulta, que no dia seguinte tudo seria novidade. E aí ela nasceu.
O primeiro mês de vida da Carol, na parte prática (sincera mesmo), foi uma mistura de alegria, zumbi e prova de fogo. Alguns dias foram bem marcantes pra nós, então eu decidi relatar porque, o que aconteceu foi determinante pra gente decidir várias coisas sobre o modo de criar nosso bebê.

Ainda na maternidade

Os desafios começaram na primeira noite. Era por volta de 23h quando de repente, ela engasgou. Deu aquela travada (tipo "meu Deus, não tá respirando!") e aí caiu minha ficha pra esse mundo lindo e hard que agora faço parte. Eu não sabia o que fazer. Nervosa, pedi para o Eduardo (meu marido) levar ela correndo para as enfermeiras do berçário. Fiquei sozinha e chorando, aquela coisa triste do puerpério sabe? A realidade me deu um tapa na cara.

Pausa

[Então é assim: Quando você não tem experiência com bebês, enquanto sua a mãe ou as enfermeiras estão por perto, tudo ok. Tudo flui. Na hora que elas te deixam.... As coisas se transformam. tô rindo disso que eu escrevi,mas na hora não]

Sensação de impotência, mãe pela primeira vez... Eu estudei, estudei, estudei, mas naquela hora NADA do que havia estudado me veio a cabeça. Poucos minutos depois, ela voltou super bem. E dormindo. Administraram fórmula, sem o meu consentimento (o que me deixou mais triste, sendo necessidade ou não, eu queria ser consultada), mas fiquei tão abalada com a situação que foi bom vê-la tranquila.



[Depois desse episódio, eu me liguei que havia estudado muito mais sobre parto e indicações reais e fictícias de cesárea do que desenvolvimento do bebê, amamentação, cuidados. Então eu decidi que ia entender do assunto. Determinei as 'diretrizes' que eu iria tentar seguir na educação/cuidados da Carol.
(tentar, em negrito: Porque eu já fiz coisas que eu tinha dito que não iria fazer. Nunca-diga-nunca sabe? )
 Eu tinha gostado muito de todas as informações que eu colhi durante a gestação,tanto que resolvi seguir a mesma linha. Escolhi ir atrás de  novos estudos, comprovações científicas, recomendações de órgãos mundiais da saúde, ler bulas, relatos de mães, para influenciar nossa tomada de decisão como pais.Tudo o que eu leio, compartilho com o meu marido. Isso nos levou a colocar na parede todos os achismos, sabedorias do senso comum, transmitidos fortemente pela nossa cultura, da bisavó para a avó, para a mãe, para a filha. Não que eu tenha tapado meus ouvidos. Eu sei que nem tudo é Ciência, e muito vem pela intuição. Não desprezo os saberes simples. Eu ouço os conselhos que vem da minha mãe, da minha sogra, da minha avó, de amigos íntimos. Mas digamos que, essa parte técnica da coisa, passa pela balança. Verifico, filtro o que serve para nós, converso com o meu marido (ele também pesquisa) e decidimos como ou o que vamos fazer. 
Fui adicionada ao Grupo Virtual de Amamentação no Facebook. O que eu tenho aprendido faz tanto sentido e dá tão certo, que o GVA se tornou minha grande base, minha biblioteca online, uma fonte de dados e relatos inesgotáveis. O pediatra da Carol também tem sua participação, mas ele atua mesmo quando algo não está ok. Tirando isso, ele é de poucas palavras, então o meu dia a dia é com o GVA.]

Naquela madrugada, por volta das 4h, ela acordou chorando muito. Era a fralda, carregadíssima. Foi o meu primeiro contato com aquele cocô tipo radioativo dos recém nascidos. Na verdade esse cocô tem nome, Mecônio. Tô contando isso, porque ao vê-la chorar daquele jeito, eu tremi na base mais uma vez. Aí, o super pai da Carol, já experiente (porque cuidou das minhas cunhadas), assumiu a troca da fralda. E depois disso, graças a Deus,  ela acalmou e o dia amanheceu. 

Aprendendo a amamentar/Aprendendo a mamar
Com insistência e paciência, a Carol aprendeu a mamar. E quanto aos bicos? Sim, já estavam machucadinhos, tava doendo, tava sensível, tava tenso (!!!), mas eu estava amamentando e era isso que importava.
No 3º dia, quando o leite desceu (e com tudo), para a minha surpresa ela não conseguiu mamar mais. Parecia que tinha desaprendido. Foi o meu 2º pico de desespero. Depois de passar o dia tentando, joguei a toalha e pedi para o Edu me levar para a maternidade. Cheguei lá acabada. Até que a enfermeira mais querida do mundo veio me buscar para fazer apoio nutriz. Ela explicou que não havia nada de errado comigo (já estava pensando nisso) e que era uma questão de paciência e insistência, a Carol não conseguia reconhecer mais o bico, provavelmente por causa da descida do leite. As mamas estavam doídas, rosadas e duras, eu pensei que já tinha empedrado, até a enfermeira me explicar que as mamas estavam engurgitadas, não chegaram a empedrar. 
- Céus, se isso não é leite empedrado, não quero imaginar o que é então.
Ela me ensinou várias posições para amamentar, me tranquilizou, tiramos leite com a 'Fantástica Bomba Elétrica da Medela', vulgo Esgotadeira e tentamos fazer a Carol mamar, mas ela não quis saber. Então, a medida provisória foi dar leite materno no copinho, até ela voltar a mamar. Insistindo muito com o peito antes,e apenas dar no copinho se não tiver jeito. A Carol não mamou por 4 dias seguidos. Mas depois de fazer o apoio nutriz, eu estava mais preparada pra encarar. 

Amarelão
Quando achei que os maiores sufocos tinham terminado, durante esses 4 dias eu tive de interná-la, ela teve icterícia neonatal (quando o amarelão se dá pela idade gestacional, não foi preocupante, mas precisou ser tratado). Meu Deus do céu. Ela não estava mamando e ainda teve que ficar 48h sem roupinha, com um tampão nos olhos pra fazer fototerapia! Judiação da minha menina. Poucos dias de vida. Chorava desesperadamente. Chorei junto, foi o meu 3º pico.  Até que ...no hospital, ela voltou a mamar. Que alegria, que alívio! Teve alta no dia seguinte quando completou 1 semana de vida. E como o mundo não pára, simultaneamente aconteceu colação de grau do meu esposo, que infelizmente não pudemos ver. Não teve jantar de formatura naquela noite. Teve dois pais cansados, que não viam a hora de ir embora.

Finalmente em casa
AÍ SIM, começamos nossa vida de verdade. Lar é o melhor lugar do mundo não é mesmo? Na semana seguinte fiz drenagem linfática para desinchar HORRORES, me cuidei com repouso e fiz a dieta pós parto certinho. Enquanto isso, nós seguíamos lidando com a nova rotina (que na verdade não existe, hahaha!) e buscando conhecer o bebê que foi morar na nossa casa. A Carol trocou o dia pela noite. Por mais de um mês, ficamos papeando madrugadas inteiras, ela sempre mamou à vontade. Livre demanda é o padrão dela, eu apenas sigo.
Quanto a nós, os pais, ficamos cansados mesmo, exaustos, buscando brechas para repor o sono, descansar um pouco. Na semana que ela internou, comprei uma esgotadeira elétrica doméstica; porque realmente foi necessário. Tinha leite materno pela casa inteira. Maravilha, vazava amor! E vaza até hoje. Minha sogra e minha mãe nos ajudaram muito. A faxina até hoje quem faz é a minha sogra. Não limpei, não cozinhei, não tomei banho sozinha. Fui cuidada por todos e, especialmente pelo meu marido. 


Ana Carolina com 17 dias.
Como ela era pequenina! 

Cólicas
A Carol teve 4 crises. Foi brabo. E foi tarefa do super pai dela, que fez massagem, usou bolsinha térmica de sementes ermbalou a pequena nos braços com muito amor. E graças a Deus, não teve mais. 

Acho que nos saímos bem nesse primeiro mês. Tirando o cansaço - a gente passa por cima -  nós vivemos esse período de adaptação de um modo que considero satisfatório. Ela engordou mais de 1kg, nunca mais deixou de mamar e - graças a Deus! - a pega dela é correta.
Agora, falando um pouco da parte bonita da coisa (hahahaha!) é exatamente como ouvimos por aí. A gente transborda... Mesmo com tantas coisinhas pra acertar, aprender... Nossa casa ficou cheia de felicidade.

Felicidade de 45cm de comprimento, mas com um potencial de amor enorme.

 Um mês apenas e a maternidade já me ensinou que, uma vez mãe -  não importa quanto tempo demorou pra acontecer - não é mais possível imaginar a vida sem minha filha. Aliás nós três, impossível minha vida acontecer sem eles. É muito amor. É muito bom formar uma família.  ♥



14 julho 2014

Antes do nascimento

Descobri minha gravidez no dia 23/08/13, às 17:25, no carro, a caminho da faculdade, com o meu marido.
- Eu tô grávida! Grávida! Grávida! Grávida !
Pronto. Foi assim que o nosso mundo mudou. Sem planos, fomos surpreendidos por Deus com uma nova vida. Descobri que um segundo coração batia dentro de mim. A maior mudança da minha vida, que eu esperava tanto pra acontecer, de repente tinha data.

Pensei muito no que escrever para inaugurar esse blog, mas decidi que as imagens vão falar por mim. Algumas fotos de momentos especiais que vivi durante a gestação da Carol:

Foto da primeira ecografia que postei no meu facebook. Carol com 10 semanas e 2 dias. Sexo ainda não revelado.

Em São Francisco do Sul-SC. Quando só eu e o meu marido sabíamos que já era a Carol. Outubro 2013.

Bodies divertidos que compramos na Feira da Gestante. Novembro 2013


Meu aniversário de 25 anos. Feliz demais com o meu presente dentro da barriga. Dezembro 2013.
Meu aniversário de 25 anos. Foto/Montagem da ecografia que fiz exatamente no dia do meu aniversário. Dezembro 2013

Ensaio Fotográfico. Janeiro 2014

Ensaio Fotográfico. Janeiro 2014

Ensaio Fotográfico. Janeiro 2014

Ensaio Fotográfico. Janeiro 2014.

Chá de Bebê. Quatro gerações nessa foto. Foto: Fernando Matsu. Janeiro 2014.
Chá de bebê. Eu, meu marido e a nossa Carol, com aproximadamente 32/33 semanas.
Foto: Fernando Matsu. Janeiro 2014.



Começando a montagem do quartinho. Fevereiro 2014.

Papai executou tuuudo que a mamãe inventou. Fevereiro 2014.

A vovó da Carol fez esse lindo tapete de pom pom de lã que eu pedi.


E a razão que me fez estar aqui:
Por sugestão de vários amigos que acompanham nossa rotina, nasce o Atividade Materna, um blog para dividir as descobertas e o que tenho aprendido nessa rotina full time MARAVILHOSA que é cuidar da minha Ana Carolina. Sei que a maternidade não funciona igual para todas mas, meu desejo ao contar aqui o testemunho que vivo com a minha filhinha, é que alguém se beneficie de alguma forma, com o pouco que posso oferecer através das palavras.
Por que ´Atividade Materna´?
Porque é isso que eu, e a todas as mães praticam todos os dias, 24 horas. Onde tem filho(s), tem alguém maternando. Ou alguém sendo influenciado por isso. Uma vez mãe, é o que basta pra estar nessa atividade full time. E no que diz respeito sobre essa vivência bem dinâmica que a maternidade traz e rola solta dentro de um lar ou numa extensão desse ambiente acolhedor, não está limitada ao relacionamento mãe-filho, mas acabam envolvendo toda a família e pessoas próximas. O que é bem normal, pois é justamente isso que a presença de uma mãe faz numa casa ou em qualquer lugar. De vários significados que podemos dar para Maternar, acredito que um deles é envolver. Eu estou completamente envolvida. Transbordando tanto de amor, de aprendizado, de se doar, que decidi derramar uma parte aqui. Sem mais. ♥